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Prefeitura de Flórida Paulista explica como conseguiu zerar casos ativos de Covid-19

27/07/2021 - Confira entrevistas exclusivas à TV Paraguaçu, feita por Lucas Gustavo


Prefeitura de Flórida Paulista explica como conseguiu zerar casos ativos de Covid-19

A cidade de Flórida Paulista zerou os casos ativos de Covid-19 em moradores locais na última semana. A informação foi divulgada na quinta-feira (15) em um vídeo publicado no perfil do secretário municipal de saúde, Pastor Aguinaldo Adelino Carvalho.

Durante entrevista exclusiva à TV Paraguaçu, o secretário falou sobre as ações que foram tomadas pelo município para conseguir chegar a esses resultados positivos.

(A reportagem é de Lucas Gustavo)

 


AGUINALDO: Primeira coisa que fui fazer: conhecer a realidade. Então, você tem que conhecer a realidade, fui estudar os dados. Apesar de eu não estar como Secretário, eu era um atuante da Saúde, eu estava na saúde privada, tenho minha clínica, sou psicólogo, e como psicólogo e como pessoa, assim, que eu gosto muito de estudar. Eu, quando começou a aparecer o convite, eu comecei a estudar muito sobre o Covid. Quando eu fui convidado para ser secretário eu sabia muito lidar com o Covid, porque eu via por uma questão própria, por uma questão de ter a clínica, tem que orientar, que os pacientes traziam, então você tem que saber o manejo. Cheguei como secretário, fui no dia 8 de março, o prefeito falou “está aí o que você tem que tocar”. Então fui conhecer a equipe, fui fazer algumas pequenas reorganizações.

Nós temos o Centro de Saúde, mais três Estratégias de Saúde (da Família) e tem um distrito, chamado Indaiá, que tem um posto. Então todos os lugares atendiam Covid, eu já pensei “isso aí não está legal, porque o Covid é contato”. Então o que que eu fiz? Em um dia eu vi que estava acontecendo isso, falei “não, o camarada chega aqui na unidade, no Centro de Saúde, ele está com Covid, mas vem a mãe para trazer o filho para atendimento no pediatra”. Já se contamina”. A família toda. Falei “não, tem que fazer um Centro de Referência”. No dia 22 de março o nosso Centro de Covid estava montado, com médico, enfermeira, treinado, tudo, com tudo, de uma maneira ambulatorial. O primeiro atendimento está ali.

Quando nós fizemos isso aí, nós estávamos com 125 casos ativos, sessenta e poucos suspeitos, 15 ou 16 internados, na Santa Casa não havia mais vaga, possibilidade de faltar oxigênio. Às vezes dormia uma hora por noite, preocupadíssimo, porque eu não tinha oxigênio para o outro dia, não tinha, você não achava oxigênio, falei “se chegar mais alguém não vai ter oxigênio”. Então, eu falei “mas eu tenho que começar no início”. Então, a hora em que eu comecei a fazer isso, aos poucos foram saindo aquelas internações da Santa Casa. Por quê? Com o Centro de Referência, ficou referência para a população, a população começou a procurar precocemente o atendimento, não esperava ficar ruim. Aliado a isso, eu entendo uma coisa que é muito importante: a educação em saúde.

Eu atuo muito nas redes sociais.

Precisa ter alguém para conversar com a população em que eles acreditem, que eles tenham referência, que eles sabem quem é, que não dê fake news. Aí uma pessoa falou assim “não, mas tem um monte de gente fazendo campanha”. Falei “não, a campanha o cara faz no Estado, ele não conhece, precisa ter alguém de carne e osso, que ele sabe da comunidade, esse alguém tem que ser eu”. Então eu comecei a ir nas igrejas, então conversei com os pastores, conversei com o padre, então, na hora da missa, ele me dava um espaço. Eu ia lá, ia no pastor. Eu não consegui ir em todos, mas nas lideranças que tinham um número maior de pessoas, eu falava com a população e fazia um vídeo no local, e esse vídeo ia para as redes sociais.

Outro local que me ajudou muito: as aulas foram para o online, então imagine, onde tem uma criança em aula, tem alguém recebendo alguma comunicação da escola. Então fazia um material específico para conversar com esse público. Por quê? Principalmente a criança, quando entende uma coisa, ela faz o pai fazer. Então se a criança entende que tem que passar o álcool em gel na mão, ela faz o pai fazer. E aí eu fui fazendo esse trabalho.

 

LUCAS: O Município de Flórida Paulista ganhou destaque por ter zerado o número de casos ativos da covid-19 durante vários dias. A que o senhor atribui esse resultado?

AGUINALDO: Sem nenhuma dificuldade eu atribuo a Deus, eu creio muito em Deus, sem Deus a gente não faz nada. Eu atribuo à reorganização do atendimento, montar o Centro de Covid, treinar equipes, não deixar os pacientes misturados. Então, nós temos ali todo quanto é síndrome respiratória vai no nosso Centro de Covid, não vai nos outros locais. Desafogou a equipe, parou de cair a equipe, porque, por exemplo, eu tive uma Estratégia em Saúde que eu tive que fechar ela por, era outro secretário, na verdade, ela ficou fechada por uns 8 dias porque a equipe toda se contaminou. Então além de ter muita gente eu estava perdendo, assim, muito, graças a Deus não perdi nenhum trabalhador da saúde, mas eles ficavam doentes, então estava desorganizado, e aí sobrecarregava e tudo mais. E isso, o ponto da educação, então trabalhar nas igrejas, trabalhar nas escolas, fazer visitas, pegar todos os agentes, fechamos o posto de saúde, pegamos todo mundo, vai todo mundo pra rua, um em cada esquina, para a pessoa, explica para ela, olho no olho, “olha, o coronavírus é isso, tem que usar máscara”, carro de som na rua, falando duas vezes por semana, fiz uma parceria com a Rádio Brasil, que é uma rádio de Adamantina, no programa do Sabiá, ele me cedeu 2 veze por semana minutos do programa dele, toda terça e toda sexta. Então, desde o início da pandemia eu vou lá. E aí eu comecei também, fazia vídeos, aquela coisa de conversar com a população, então “olha melhorou, piorou”, faço vídeo, explico para eles, falo o que tem que fazer, “está chegando vacina”, “vai demorar para chegar vacina”, “a gente tem que se segurar”. Todas as plataformas digitais a gente está usando. Facebook, Whatsapp, Instagram. E nessa coisa dessa conversa, a imprensa também nos ajudou muito nisso, o Jornal Folha Regional, a própria TV Fronteira veio aqui.

 

LUCAS: Em relação à adesão da população às medidas preventivas, como distanciamento social, evitar aglomerações e uso de máscaras. Como foi essa adesão? O pessoal aderiu bem?

AGUINALDO: Isso foi uma conquista. De começo o pessoal era totalmente arredio, mas aí a gente partiu para o convencimento. Então a vigilância sanitária fazia vistoriais, mas a gente não aplicou nenhuma multa. Nós notificamos muita gente. Então a gente parava, tentando convencer. Só que o que acontece: o discurso pelo discurso, a fala pela fala, as vezes se torna vazia, mas daqui a pouco começou a aparecer resultado. Então começou, morriam 7 pessoas por semana quando deu o pico, de repente começou a morrer 1, 2 pessoas, de repente começou a descer, de repente começou a descer os infectados, e não estava chegando muita vacina. Aí a população entendeu, eu conversando com ela, “olha gente, está diminuindo porque vocês estão fazendo isso”. De repente quase ninguém mais na rua andava sem máscara. Entendeu? As pessoas não estavam mais fazendo festinha. Teve, sim, mas foi diminuindo, diminuindo.

 

LUCAS: E em relação aos setores da economia? Como se deu o diálogo com os empresários e trabalhadores de Flórida em relação às medidas preventivas?

AGUINALDO: Eles vieram conversar comigo, um dia fui chamado numa reunião, e eu até falei para o prefeito “ô prefeito, você me colocou como naquela passagem bíblica ‘Daniel na cova dos leões’”. Então o povo foi lá para brigar. E eu entendo eles perfeitamente. Porque é a vida deles e as vidas dos colaboradores deles. É preciso ganhar dinheiro, precisa se sustentar. A pandemia não afetou só a saúde, ela afetou a economia, e afetou a vida como um todo. Então começamos a conversar, começou naquele clima tenso, e teve um momento em que eu falei “gente, é o seguinte: eu peço a confiança de vocês, e para vocês me ajudarem, porque se a pandemia melhorar, se os números baixarem, parar de morrer gente, fica bom para todo mundo”. Eu dei até um exemplo: “eu sou pastor, se morrer todo mundo, eu não tenho como pregar para os mortos; o senhor é dono de uma confecção, o senhor tem muitos clientes, eu sou cliente do senhor, se 100 clientes do senhor morrerem, o senhor não vai vender para eles, então a gente precisa se unir”. Na hora eles perguntaram “o que eu faço?”, “o que eu posso fazer?”. E aí foi um negócio tão bonito, foi muito bonito, que nós tínhamos um problema muito sério com os bares naquele momento, mas aí alguns já começaram a se voluntariar: “eu vou conversar com o comerciante tal”, “eu vou fazer isso”, voluntariamente. Então aí o exército da saúde começou a ganhar corpo. E por que eu destaco muito o comércio? Porque o comércio tem um efeito pedagógico. (...) Daqui a pouco ficou vergonhoso uma pessoa na rua, ficava deselegante a pessoa sem máscara na rua. Então a adesão foi aos poucos, e o pessoal foi vendo resultado, e aí tudo isso nos ajudou?

 

LUCAS: Quais foram os maiores desafios que o Município de Flórida enfrentou no combate à pandemia?

AGUINALDO: Os maiores desafios... É o desafio financeiro, que o coronavírus, ele arrebenta. A dificuldade de comprar insumos, então as vezes nós tínhamos dotação orçamentária para comprar e não tinha onde comprar. Não tinha onde comprar. Porque o Brasil inteiro naquele pico de março comprou essa medicação e os laboratórios não davam conta. Oxigênio. Ainda teve um dia em que a... A Santa Casa tem autonomia ali, a gestão é estadual, tem uma parceria muito forte com o Município, eu como secretário de saúde também estou ali junto. Mas um dia a diretora da Santa Casa disse “Aguinaldo, o que nós vamos fazer? Nós temos oxigênio até tal hora e o caminhão da White Martins foi roubado”. Falei “o ladrão tinha que ter roubado um caminhão de cerveja, não de oxigênio”, brinquei com ela. Não tinha que ter roubado nada né? Mas gente, então era esse sufoco. Eu ligava pra ela “Roseli, tem oxigênio até que horas?”, “até tal hora, se faltar, a gente vai ter paciente sem”.

Então as dificuldades eram, dificuldades financeiras, porque o gastou foi estratosférico. Só para você ter ideia, o nosso lixo hospitalar, a gentes gastava cento e poucos quilos, porque tem que fazer todo um processo, tem que ter uma empresa que vai fazer esse descarte. Eram cento e poucos quilo das unidades básicas. Foi para seiscentos e poucos. Você vê a produção do lixo e você vê o tamanho do trabalho.

 

LUCAS: Sabemos que há muita desinformação circulando nas redes. Como o Município tem atuado para garantir que a população floridense esteja bem informada?

AGUINALDO: Isso eu assumi. Então eu coloquei como eu sendo referência, eu sou autoridade, eu sou o secretário de saúde. Algumas pessoas falaram assim “mas você não vai ficar exposto?”, eu falei “eu tenho que ficar exposto, porque eu tenho credibilidade, eu busco a informação certa, e as pessoas tem que ter confiança em mim”. Saúde é assim, você precisa ter confiança no seu médico, você precisa ter confiança no seu agente de saúde, você precisa disso. Se não nada acontece. Então eu me coloquei como porta-voz. E nessa questão de ser o porta-voz, uma coisa que eu comecei a colocar muito é trazer a população a ter toda a confiança no profissional de saúde.

Porque circulou, quando começou a vacina, alguns vídeos de enfermeiras ou supostas enfermeiras fazendo injeções não sei de que jeito, com soro, algumas coisas, e isso assustou a população, então eu precisei também credenciar a minha equipe de saúde diante da população. Não que eles fizeram alguma coisa, mas a população estava com a imagem daquela coisa, então estavam com medo. Então foi esse trabalho de informação, e também de colocar a equipe de saúde como assim “ó, eles são os nossos heróis, as enfermeiras, os médicos, os técnicos, o motorista da ambulância, a pessoa que faz a faxina, todos eles são quem vai realmente ajudar a gente a vencer”.

 

LUCAS: E como se deu a participação de outras instituições, como as polícias e o Ministério Público?

AGUINALDO: Todo o apoio, todo o apoio. Nós tivemos até, o sargento D'Aquino, nós tínhamos uma parceria, nós estregávamos para ele, de instituição para instituição, a lista de pessoas que deveriam estar em quarentena ou isolamento. Quarentena porque tem alguém infectado em casa ou na família. Ou isolamento porque você está se tratando em casa. E se essas pessoas eram pegas na rua, elas eram conduzidas a, assim, eram orientadas a não estar. E isso teve total apoio do Ministério Público. O Ministério Público processou pessoas que estavam desobedecendo, porque existe a lei de saúde. Então nós estivemos assim, Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, em muita harmonia e muita ajuda para conosco.

 

LUCAS: Na programação do Estado, atualmente o público-alvo da vacinação são as pessoas com idade de 30 a 34 anos. Hoje, Flórida começou a vacinar as pessoas com idade a partir de 23 anos. Podemos dizer que a vacinação em Flórida está mais acelerada do que o previsto pelo Estado?

AGUINALDO: Sim, está. E, se tudo der certo, talvez quando você publicar isso nós já vamos estar vacinando 18 anos. Então depende da grade de vacinas que chegarem, nós vamos fazer dos 18 aos 22 anos. A meta do Estado é chegar nos 18 anos no dia 22 de agosto. A nossa meta é já fazer isso no máximo na semana que vem, dependendo da vacina, dependendo de toda a logística, porque a gente precisa de tudo isso aí.

Essa população jovem é a difícil de ficar em casa. O jovem quer andar, quer ir para festa, quer fazer o role dele, ele trabalha as vezes, está começando no mercado de trabalho, então ele está aqui, acha um serviço em Osvaldo Cruz, acha um serviço em Pacaembu. Não que as outras idades não façam isso, mas o jovem faz muito isso. O jovem que vai para a balada, então eu quero o mais rápido possível essa população.

 

LUCAS: A que o senhor atribui isso (a vacinação adiantada)?

AGUINALDO: Novamente eu vou falar assim, eu atribuo isso a Deus, que tem nos abençoado muito, e digo assim, que tem chegado um quantitativo de vacinas muito bom. Acredito, e aí dou os créditos também à sala de vacinação, a gente faz o máximo possível para a vacina ficar o mínimo possível na geladeira. Vacina chegou é vacina no braço. Então assim, a gente não fica, chegou e imaginando em que dia vai. Na hora da entrega de vacinas já está tudo organizado que faixa etária eu vou chamar e quando eu vou começar a chamar, e aí a gente faz o registro, porque cada dose tem que estar no sistema. E a gente registra a dose quase que simultâneo. Então acredito que o sistema vê essa eficiência, então eu penso, eu não tenho certeza, “Flórida está fazendo com muita eficiência, então já vamos mandar a vacina lá, porque lá a vacina não fica na geladeira”. Acredito eu, não tenho essa informação oficial, mas acredito que é isso que está acontecendo.

 

LUCAS: O senhor tem observado adesão da população à vacinação, ou há muitas pessoas que não se interessam em tomar a vacina?

AGUINALDO: A grande maioria quer tomar a vacina. Nós tivemos rejeição com os idosos, poucas rejeições, devido às fake news, devido ao medo. E uma faixa etária que achei estranho ter essa rejeição que foi a faixa etária dos 40 anos, essa faixa etária também teve, assim, até mais que os idosos, recusa. Agora, assim, dos 39 para baixo a pergunta é “Quando chega? Quando chega?”. Chegou, o pessoal já vem, 7 horas da manhã já tem gente para tomar vacina.

 

LUCAS: Para finalizar, como o senhor avalia o trabalho do senhor e da rede municipal de saúde como um todo no enfrentamento à pandemia? Se tornando destaque na Folha Regional, teve um destaque no Siga Mais em relação aos dias que ficaram sem apresentar nenhum número de contaminação, tivemos até a Santa Casa sem pessoas internadas, e o TupãCity também deu um destaque. Como o senhor avalia o seu trabalho e o do Município?

AGUINALDO: Eu vejo que, novamente vou dizer, Deus nos abençoou muito. E eu sou o secretário que lidera uma equipe muito boa. Então assim, é uma coisa que eu tenho muita felicidade, é um presente que eu tenho a equipe de colaboradores que eu tenho. São profissionais que, assim, sábado nós fizemos a campanha de vacinação, o dia D da covid, e vacinaram, da nossa comunidade, 466 doses em um dia. E não teve horário de almoço, foram 10 horas vacinando, das 7 da manhã às 17. E aí conversei com 2 enfermeiras que falaram assim “Aguinaldo, eu cheguei em casa, parece que nem trabalhei, porque foi tão gostoso, a gente quer vacinar essas pessoas, e as pessoas vem até nós, trazem a palavra ‘obrigado’, ‘Deus abençoe’, teve até um senhorzinho que nos trouxe uma caixa de bombom”. Então eu atribuo muito, primeiramente a Deus, e a essa equipe que eu tenho muito orgulho mesmo, eu que sou implantado nela, eu digo que é uma equipe muito comprometida. Saúde ninguém faz sozinho. Saúde são mãos dadas.

 

LUCAS: O senhor gostaria de dizer alguma coisa para finalizar a entrevista? Algum recado para a população ou para quem vai acompanhar essa entrevista?

AGUINALDO: Eu gostaria de dizer que uma das coisas que a gente precisa muito nessa pandemia, até pela questão da saúde emocional, a fé é muito importante, e a fé nos traz um elemento que é muito importante manter, que é a esperança. Esperança de dias melhores, esperança de que nós vamos vencer, esperança de que a gente pode fazer a diferença, esperança de que dias melhores vão vir. Não importa se é Flórida Paulista, se é Paraguaçu ou onde nós estejamos, o ser humano não pode perder a esperança. A desesperança, que é um conceito da Psicologia, é um dos fatores mais fortes para uma pessoa cometer um suicídio. Então o contrário é verdade também. A esperança nos empurra para a vida, ela faz a gente achar soluções, a esperança faz a gente não brigar, a gente se juntar, a esperança faz a gente buscar parceria, a esperança melhora nosso sistema imunológico. 

 

 

Nilson Bertoni, ex-funcionário público de Paraguaçu Paulista entre 2000 e 2009, atualmente é presidente da Associação Comercial e Industrial de Florida Paulista, falou sobre as parcerias que existiram entre comércio e poder público, a fim de controlar a pandemia no município.

 

 

LUCAS GUSTAVO: Nilson, houve alguma parceria da Associação Comercial e Industrial de Florida Paulista com a Secretária Municipal de Saúde para o enfrentamento da covid-19 na cidade?

NILSON BERTONI: Teve, em várias oportunidades. O secretário de saúde, Aguinaldo, pediu para a população e para o comércio em geral, através da Associação Comercial, para que nós pudéssemos ajudar no enfrentamento dessa pandemia. De inúmeras formas: Desde cobrar uma pessoa na rua pelo uso de máscara, comportamento do uso de álcool em gel e não entrar no estabelecimento quando estava vetado. Teve também uma oportunidade muito boa, que foi a barreira sanitária que a Secretaria de Saúde fez no feriado prolongado, e nós entramos com alguns associados participando diretamente dessa barreira, ajudando os funcionários da Secretaria de Saúde na verificação de temperatura, anotavam os nomes, para onde as pessoas iam, para que tivesse uma triagem se algum contaminado aparecesse. Assim, a Secretaria de Saúde saberia a onde iria, né? Então assim. A Associação fez uma ajuda muito boa para a comunidade, e os associados trabalharam muito em prol desse enfrentamento à pandemia.

 

LUCAS GUSTAVO: Você vê como positiva essa parceria da Associação Comercial com a Secretaria de Saúde? Os associados viram como uma parceria de grande importância?

NILSON BERTONI: Muito importante! Muito importante, pois demonstrou que todo mundo estava afim desse término dessa pandemia, né? De deixar de aumentar os casos como aconteceu agora, que zeramos os casos de covid, de pessoas internadas, então assim: A secretaria fez um excelente trabalho e seus funcionários. A prefeitura e a associação ajudando e participando muito com todos os seus associados.

 

LUCAS GUSTAVO: Presidente, em relação à Associação Comercial frente à pandemia. Quais foram os maiores desafios que vocês enfrentaram?

NILSON BERTONI: O cliente, diretamente.

LUCAS GUSTAVO: Na parte econômica?

NILSON BERTONI: Exatamente! Financeiramente, ficou difícil com o comercio fechado, e algumas atividades eram restritas, como, por exemplo, os cabelereiros, que não podiam trabalhar. Então ficou bem difícil, acredito que toda cidade enfrentou esse problema, vamos dizer assim. Mas está superando e melhorando. Nós vamos vencer isso com certeza.

 

LUCAS GUSTAVO: Presidente para finalizar. Você gostaria de deixar um recado para os associados da Associação Comercial e Industrial de Florida Paulista?

NILSON BERTONI: O nosso agradecimento aos nossos associados. Por tudo que passaram, não mediram esforços para manter o emprego dos seus funcionários, mantendo economicamente as famílias resguardadas. Todo o nosso respeito e admiração para os empresários de Flórida Paulista.

 

 

Prefeito Municipal de Florida Paulista, Wilson Fróio Junior (MDB), afirma que está trabalhando em todos os setores para que a cidade possa superar essa crise de covid-19.

 

 

LUCAS GUSTAVO: Quais foram seus maiores desafios no enfretamento da pandemia na cidade de Florida Paulista?

FRÓIO: Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vocês pela oportunidade. Os desafios, eu acho que foram como os de todos os gestores de todo o mundo, que nós estamos enfrentando. Uma coisa é que, até hoje, ninguém sabe ao certo o que é. Então, realmente é uma coisa muito difícil. Nós ficamos apreensivos e preocupados. Mas sempre procurando achar um caminho para amenizar esse problema, e dando total prioridade para a Secretaria da Saúde do Município, através do nosso secretário de Saúde, Pastor Aguinaldo, para que tomasse todas as decisões necessárias para conter a pandemia.

 

LUCAS GUSTAVO: Prefeito, tiveram algumas ações articuladas com os outros municípios, ou as ações foram articuladas mais no âmbito da cidade?

FRÓIO: Olha, nós fizemos as reuniões com outros municípios, mas as decisões foram individuais.

 

LUCAS GUSTAVO: As tomadas de decisões foram individuais?

FRÓIO: Individuais. Cada município, dentro da sua realidade, tomou suas decisões.

 

LUCAS GUSTAVO: Prefeito, esse é o seu terceiro mandato. Você já tinha visto algo parecido com a covid-19, em relação aos problemas econômicos?

FRÓIO: Não. Que eu me lembre, eu nunca presenciei isso. Até brincando por aí a gente fala: Isso aí eu só presenciei em filmes, e filmes muitos tristes. Quanto à economia, graças a Deus nós conseguimos manter a Prefeitura em ordem, pagando nossos fornecedores em dia e pagando os funcionários em dia. Antecipamos o décimo terceiro para dar uma força para o comercio local e também para os funcionários. Enfim, graças a Deus conseguimos atravessar essa crise.

 

LUCAS GUSTAVO: Prefeito, em relação à Câmara dos Vereadores. Teve apoio? Vocês se uniram? Tem algo a dizer dessa parceria e se ouve alguma parceria?

FRÓIO: Eu acredito, quanto à Câmara dos Vereadores, que eles estão fazendo seu trabalho. Um trabalho, que é a função deles, que é de fiscalizar e reivindicar. E graças a Deus, sempre que procuravam, nós os atendemos nas suas reivindicações e vamos continuar nesse mesmo caminho.

 

LUCAS GUSTAVO: Prefeito, para finalizar. O senhor gostaria de deixar algum recado para os munícipes da cidade de Florida Paulista?

FRÓIO: Eu quero deixar uma palavra de otimismo para todos. Nós estamos trabalhando em todos os setores: da saúde, em obras, no bem-estar de todos os nossos cidadãos, para que possamos passar essa crise. E como já dissemos: foi uma coisa inexplicável até hoje. E pode contar conosco. E pedir a Deus, que abençoe a todos nós floridenses.   

 

Redação Lucas Gustavo/TV Paraguaçu



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