Desde março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 que afetava o mundo todo se tornou também uma realidade no Brasil, o setor empresarial tem sofrido os reflexos financeiros, com uma crise desencadeada pelo fechamento de estabelecimentos e planos de flexibilização.

Em Paraguaçu Paulista não tem sido diferente. Os comerciantes e prestadores de serviços vem amargando os efeitos da instabilidade econômica causados pela pandemia. Muitos estabelecimentos já fecharam suas portas na cidade e os que se mantém abertos, lutam para continuar no mercado.

O comércio noturno, composto por pizzarias, lanchonetes e restaurantes foi um dos mais prejudicados pelo plano de flexibilização, sendo obrigado a atender apenas por delivery, o que provocou queda nas vendas.

Para driblar a crise, alguns empresários expandiram o seu ramo de atividade. Pizzarias e bares, por exemplo, que trabalhavam com atendimento exclusivo no período noturno, passaram a oferecer também almoços por sistema delivery.

A empresária Juliana Bulhões é proprietária do Restaurante Terceiro Tempo e justamente nessa pandemia, se uniu em sociedade em um segundo restaurante e passou a oferecer também jantas (algo não muito comum entre os restaurantes de Paraguaçu Paulista). O resultado de tanto trabalho tem dado certo e pensando em atender a todos os públicos, ela acaba de lançar marmitas econômicas pelo valor de R$9,99 e tem sido um sucesso.

Cardápio do Terceiro Tempo é composto por comida caseira e faz sucesso.

 

Já alguns supermercados e lojas de conveniência estão buscando inovar por meio de aplicativos pelo celular, onde é possível entrar, fazer sua compra e receber com todo o cuidado e higiene no conforto do lar.

O Zero Hora Mercado e Conveniência é um dos que prezou pela inovação. O grupo, composto por três irmãos que trabalham em sociedade, inaugurou uma Hamburgueria e Espetaria em 2020 e, apesar da pandemia e de não poder realizar atendimento presencial, está conseguindo atrair o público com os lanches diferenciados.

Segundo o Gustavo Henrique, um dos sócios, foi preciso criatividade para entrar no mercado em ano pandêmico. “Tivemos que nos reinventar pois inauguramos numa fase onde a pandemia estava mais controlada e logo em seguida com o aumento de casos, tivemos que fechar e ai ficamos somente no delivery, nos primeiros dias sofremos um pouco mas percebemos que com essa crise de saúde onde muitos não estão podendo trabalhar, a população em si, está ficando com o dinheiro cada dia mais contado, então reformulamos nosso cardápio, tiramos os lanches gourmet, e apostamos no cardápio BBB (bom bonito e barato), onde diminuímos nossa margem e começamos a trabalhar de forma estilo fast food”, explicou.

Zero Hora criou o "Kit Mistura', oferecendo um diferencial aos clientes.

Além disso, no setor de mercado, o Zero Hora criou kits a pronta entrega para facilitar a vida do consumidor, como o “Kit Mistura”, para que as pessoas possam ligar, fazer o pedido e garantir a compra da semana sem precisar sair de casa.

“Para ajudar a população, apostamos no kit mistura Semanal, uma forma de nossos clientes receber a mistura de cada semana em bandejas separadas para que ele possa congelar e então ir cada dia utilizando uma delas, tudo isso num custo muito melhor e no conforto de sua casa, evitando assim um possível contágio em filas ou possíveis aglomerações que venham a ter em seu percurso, assim como na hamburgueria, na entrega desse  kit também não cobramos o frete, fazendo assim duas formas de o cliente ter os nossos produtos de maneira mais acessível”, finalizou Gustavo.

As lojas de calçados e confecções, grandes prejudicadas com o fechamento do comércio, aproveitam as redes sociais para mostrar seus produtos e manter a proximidade com os clientes.

A comerciante Angélica Sales Prado Passos, de 36 anos, precisou dar uma reviravolta em seus negócios por conta da pandemia. Ela tinha uma loja de roupas femininas na Avenida Siqueira Campos, bem no centro da cidade, mas com a Fase Vermelha, se viu com o seu estabelecimento fechado, sem poder atender e ainda tendo que arcar com os custos de aluguel, energia elétrica, funcionário, entre outros.

Depois de muito refletir, ela decidiu entregar o ponto e construiu a loja “Vira Sol” na sua própria casa e hoje atende as clientes por meio de muita divulgação pelas redes sociais e com a entrega de condicional, levando a roupa para a cliente experimentar, fazendo a venda e recebendo na casa da compradora.

Agora, Angélica trabalha em casa e nesta pandemia, oferece atendimento personalizado às suas clientes.

“Com o comércio fechado, tivemos que nos reinventar e aprender a trabalhar com a venda online e como vimos a necessidade de ter um espaço físico, fizemos um investimento no prédio, a gente usou o dinheiro do aluguel que eu pagava lá e investiu na loja aqui”, ressaltou Angélica.

Conseguir inovar e ver outras perspectivas de seguir em frente, mesmo diante dessa crise instalada pela pandemia, é, sem dúvida, fundamental para se manter no mercado nesse momento tão difícil para o mundo todo. Que sejamos resilientes!

 

Redação TV Paraguaçu