Infestação de aguapés compromete lagoas de tratamento de esgoto em Ourinhos
11/06/2025 - População reclama de mau cheiro e mosquitos. Prefeitura notificou empresa responsável

Uma grande quantidade de plantas aquáticas, conhecidas como aguapés, tem comprometido o tratamento da água nas lagoas de estabilização de esgoto localizadas nas bacias dos rios Pardo e Paranapanema, em Ourinhos (SP).
A situação gerou mau cheiro, proliferação de mosquitos e preocupações com riscos ambientais e de saúde. Segundo a prefeitura, a presença excessiva das macrófitas dificulta a oxigenação da água e a eficiência do tratamento de esgoto, além de criar um ambiente favorável para a reprodução de insetos.
A empresa Ourinhos Saneamento, que assumiu a concessão dos serviços de água e esgoto em novembro de 2024, foi notificada para apresentar uma solução imediata.
Caso as exigências não sejam cumpridas, o contrato prevê a possibilidade de sanções administrativas e medidas legais.
Em nota , por meio do secretário de Meio Ambiente e Agricultura, Diogenes Correia Leite, explicou que o problema pode gerar infestação de pernilongos, o que causa incômodo à população, mesmo sem haver risco direto de dengue.
“Embora não se trate, necessariamente, do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti), a população não consegue distinguir entre as espécies, o que gera grande preocupação e desconforto.”, informou a prefeitura.
O que diz a empresa
Em nota, a Ourinhos Saneamento afirmou que mantém a aplicação de bioinseticidas, da mesma forma que era feita pela antiga Superintendência de Água e Esgoto (SAE).
A empresa também justificou que os aguapés trazem benefícios ao tratamento de esgoto, pois consomem nutrientes e ajudam a melhorar a qualidade da água, por isso não foram removidos até o momento.
Em relação aos mosquitos, a concessionária diz que, após uma reunião com a Vigilância Epidemiológica, foi feita a coleta de larvas, e o laudo apontou que não se trata do Aedes aegypti.
A empresa destacou ainda que a precariedade das lagoas é um problema antigo e a construção de uma nova estação de tratamento deve resolver esse impasse de forma definitiva.
“Estamos tomando medidas técnicas para mitigar o problema, melhorando a aplicação do bioinseticida e providenciando pulverização no local", conforme consta na nota.
A Agência Ambiental de Assis, da CETESB, também acompanha a situação e seguirá monitorando o caso. Segundo o órgão estadual, foi informado que, nas próximas duas semanas, a empresa fará o manejo das macrófitas, garantindo que elas não cubram mais que 30% da área da lagoa.
Fonte: G1