Domingo, 21 de Dezembro Paraguaçu Paulista 31ºC - 20ºC veja mais

Crescimento de umbanda e candomblé reflete combate à intolerância

09/06/2025 - Religiões de matriz africana chegaram a 1% da população no Brasil


Crescimento de umbanda e candomblé reflete combate à intolerância

O número de adeptos de religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, no Brasil, deu um salto e mais que triplicou em dez anos. A constatação é do Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (6), no Rio de Janeiro.

De acordo com as estatísticas, apesar de o país ainda ter uma maioria de católicos, que são 56,7% dos religiosos no Brasil, os adeptos da umbanda e do candomblé cresceram de 03% para 1% da população, totalizando 1.849 milhão de pessoas. 

Para os especialistas, o aumento reflete ações de valorização da identidade afro-brasileira, que trouxeram visibilidade positiva para essas religiões e ajudaram a enfrentar estigmas, preconceito e o racismo religioso, que passa pela depreciação de elementos da identidade e da cultura negra.

"Nos censos anteriores, os religiosos de matriz africana se identificavam como católicos, pois, os adeptos afro têm uma relação com o catolicismo; e outro setor, normalmente, os umbandistas, se identificavam como espíritas, dois segmentos com decréscimo neste último levantamento", destacou o Babalaô Ivanir dos Santos, que é também professor doutor do Programa de História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ainda assim, segundo ele, há ligações estreitas de manifestações da cultura afro com o catolicismo, sugerindo que há mais adeptos de religiões, mas que hoje ainda se identificam como católicos. 

"Há uma dupla pertença, temos rituais da igreja [católica] que poderíamos chamar de afro, como as congadas e cavalgadas. Então o país tem um grande percentual de afro-católicos, como eu chamo, por serem ligados à espiritualidade negra", declarou.

De 2010 para 2022, entre os adeptos da umbanda e do candomblé, houve aumento proporcional em todas as faixas etárias, com crescimento de 21,9% para 25,9% na faixa mais jovem, de 10 a 24 anos, e entre a faixa intermediária, de 30 a 49 anos, de 35% para 40%. O aumento entre os jovens foi comemorado por Ivanir, como resultado de um trabalho de anos.

"Com o passar do tempo, a luta contra a intolerância, com mais visibilidade positiva para as nossas tradições, apesar de toda a perseguição, jovens têm crescido, eles não só se identificam como afro, como saem na rua paramentados. Esse é um resultado bastante positivo da realização de festivais e caminhadas contra a intolerância religiosa", frisou o professor, que é também e Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, uma organização ecumênica da sociedade civil

Essa é a mesma opinião da professora Christina Vital, do Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade Federal Fluminense. Para ela, o resultado do Censo de 2022 espelha campanhas iniciadas há 20 anos. 

"Os afro religiosos eram 0,3% nos anos 2000. Dez anos depois, o número não mudou, em 2010. Ou seja, as campanhas que começaram no início do século 21 não repercutiram no Censo de 2010, mas repercutiram agora neste Censo".

A professora Cristina também chama a atenção para o número de pessoas pretas e pardas, os chamados negros, segundo convenção do IBGE, entre os católicos e evangélicos, sendo os pardos maioria (49,1%) entre os pentecostais. Entre os umbandistas e candomblecistas, pessoas brancas (42,7%) e pardas (26,3%) são maioria dos religiosos.

Em relação ao total de pessoas pretas na população, 2,3% são de religiões afro, reforçando a identidade racial, na avaliação de Vital.

"Há uma consciência racial bastante significativa nesse grupo. Os números deixam isso claro e este dado é importante porque mostra a importância das campanhas de autodeclaração", reforçou.

 

Fonte: Agência Brasil



MAIS NOTÍCIAS

Cresol de Paraguaçu recebe Cantata Especial de Natal

Iniciativa foi promovida pela Clínica Equilibre em parceria com a Com Brinquedos.

Emoção e reflexão marcam o lançamento do livro Colposcópica em Paraguaçu Paulista

Obra foi escrita a quatro mãos pelos escritores Ângela Zanirato e Claudmar Gonçalves.

Polícia Civil esclarece falso registro de ocorrência de furto de veículo em Cândido Mota

Mulher de 43 anos deverá responder por falsa comunicação de crime.

Polícia Civil realiza ação de combate às drogas em Inúbia Paulista

Dois homens, de 20 e 35 anos, foram detidos e liberados após prestar depoimento.

Jovem de 20 anos é presa em flagrante por tráfico de drogas em Assis

Ação da Polícia Civil contou com apoio da Polícia Militar.

Venha garantir looks incríveis para as festas de final de ano na Calcevest Mega Loja

Atendimento especial neste sábado e domingo.

Ofertas especiais de Natal no Açougue do Hermes

Atendimento especial neste final de ano.

Clínica de Olhos Dr. Bassam: tecnologia oftalmológica no interior de São Paulo

Conheça o parque tecnológico e a importância dos exames oculares para a sua saúde

ANUNCIE DIVULGUE