A telemedicina surgiu como uma ferramenta útil, mas que até então não era essencial em toda unidade de saúde. No entanto, a pandemia de COVID-19 trouxe uma mudança de paradigma sem precedentes, transformando esta tecnologia de uma inovação opcional para uma necessidade vital no campo da saúde.
Durante os piores momentos da pandemia, a telemedicina surgiu como uma solução crucial para os desafios apresentados pelo distanciamento social e pela sobrecarga dos sistemas de saúde. Pacientes em todo o Brasil, de grandes cidades a regiões remotas, puderam continuar recebendo atendimento médico de qualidade sem sair de casa, preservando-se da exposição ao vírus e aliviando a pressão sobre os hospitais.
A praticidade e a eficácia da telemedicina durante a pandemia deixaram uma impressão duradoura. Com o tempo, essa forma de atendimento à distância deixou de ser uma medida emergencial para se tornar uma prática cada vez mais integrada ao cotidiano da saúde pública e privada. Hoje, consultas online são tão comuns quanto as presenciais.
Em Paraguaçu Paulista, o início da telemedicina veio da necessidade de atender a população em especialidades das quais nem o município nem os vizinhos tinham disponibilidade para a demanda necessitada, como reumatologia, nefrologia, endocrinologia, hematologia e pneumologia e neurologia, de acordo com Diego Batista de Andrade, que é o coordenador e regulador da telemedicina do Departamento de Saúde no município. "Começamos no dia 25 de maio de 2023 com um atendimento de hematologia, que tinha uma fila de espera de mais de 18 anos", conta. Em seguida vieram as outras especialidades. Diego, além de coordenar a telemedicina no município, faz a regulação das vagas, que é receber a necessidade das unidades de saúde e possibilitar com que a consulta, o agendamento ou retorno do paciente seja realizado.
Uma das maiores vantagens da telemedicina é a sua capacidade de encurtar as distâncias e permitir que a tecnologia transforme vidas, como é o caso Leila Borges. Ela pediu em sua unidade de saúde, em Paraguaçu Paulista, uma consulta com um endocrinologista, e por meio da Telemedicina foi consultada pela Dra. Luana Félix, que estava em Ribeirão Preto. Por meio de uma tela, a consulta foi realizada no CEM, Centro de Especialidades Médicas, com o auxílio de uma enfermeira.
Com as orientações e a medicação necessária, entre a primeira consulta por telemedicina e agora, Leila já perdeu 17 kg, e hoje os exames que detectavam anormalidades na tireoide estão todos normalizados. "Eu tive um resultado muito bom, estou bem mesmo, afirmou Leila. "Além da tireoide, ainda estão melhores os resultados da minha vitamina D e triglicérides", comemorou. Para ela, a consulta por tela não faz tanta diferença. "Era como se ela estivesse ali comigo, não senti falta dela estar ali presente até porque fica alguém acompanhando a gente".
Quem a estava acompanhando era a enfermeira Bruna Batista da Silveira Santos, que trabalha no CEM. Ela fica o tempo todo na consulta para auxiliar as necessidades dos médicos e dos pacientes. Para a ela, a telemedicina beneficia o município e os pacientes. "Custa menos para o município e o paciente não precisa se deslocar", comenta.
A médica endocrinologista que atendeu Leila, Luana Félix, conta que a principal vantagem da telemedicina é o alcance que a tecnologia permite. "A maioria dos pacientes não teria acesso a este tipo de atendimento, ou demoraria muito para que tivesse, e o custo também seria muito alto", explica.
A telemedicina já não é uma opção do futuro, mas uma realidade cada vez mais presente. Nas Unidades de saúde dos bairros, a telemedicina funciona apenas para a especialidade Cardiologia, e de acordo com a enfermeira Thaise Ramos Vieira, a implementação da tecnologia agilizou o atendimento para o paciente, nesta especialidade em que a rapidez na realização do exame é crucial para um diagnóstico e solução rápidos do problema. "Ficou muito mais fácil para nós da unidade agendarmos, ou no caso de algo urgente, de encaixar para o quanto antes, e para o paciente é bom porque ele não precisa se deslocar tanto, o atendimento é feito na própria unidade que ele já utiliza", explica ela.
Foram realizados, desde seu início, em maio de 2023, 1.225 atendimentos em telemedicina até dezembro de 2023. A previsão é que o número seja bem maior este ano, tendo em vista que foram realizadas consultas durante o ano todo, e será divulgado até o final do ano, quando for feito o relatório do quarto quadrimestre de 2024.

Fonte: Departamento de Saúde/ Prefeitura Municipal de Paraguaçu Paulista